21 de nov. de 2012

É preciso saber viver





       A arte de saber viver é fazer todo dia as boas escolhas, é não entregar a chave da nossa felicidade interior, que só pertence a nós.

Saber viver é olhar para os problemas e ter a liberdade de agir. Saber viver é deixar se conduzir por si mesmo. Saber viver é ler o Evangelho de Jesus e colocá-lo em prática; é ouvir a voz de Deus e cultivar essa espiritualidade de fé. Saber viver é ter gratidão pela vida, é falar uma palavra de amor, que vai ao coração de Deus e não volta sem a resposta da luz.

A coisa mais importante é possuirmos o dia de hoje. Só hoje podemos ser felizes, é o que está em nossas mãos. O amanhã ainda não chegou, e o ontem já passou. As nossas dores são frutos dos restos do ontem ou do medo do amanhã. Façamos tudo o que for possível para que o dia de hoje seja nosso, já que nos foi dado tão generosamente. Respeitamos de tal forma que, quando formos dormir, possamos dizer: Hoje fomos capazes de viver e amar, e combatemos o bom combate.

Quando estivermos no fundo do poço, façamos de conta que não sabemos, um dos sinais de inteligência é parar de cavar. Sabemos que nem todas as escolhas são válidas. Se todas as escolhas tivessem validades estávamos no campo do relativismo, que é ausência de critério.

O erro é para ser corrigido, não para ser punido. O que se pune é a negligência, a desatenção, o descuido. Nenhum de nós é capaz de fazer tudo certo o tempo todo, e quando errar, não desistir, porque não aprendemos com o erro e sim com a correção do erro.

Para viver bem é preciso saber distinguir o que é essencial e o que é fundamental. Essencial é tudo aquilo que não podemos deixar de ter: felicidade, amorosidade, lealdade, amizade e religiosidade. Fundamental é tudo aquilo que nos ajuda a chegar ao essencial; é aquilo que nos permite conquistar algo como o trabalho e o dinheiro.
        
         Saber viver é contemplar este mundo num sorriso de uma criança, é admirar o vôo delicado das borboletas, o cantar dos pássaros, a mão que é estendida para servir, o olhar que busca o outro e se oferece, a palavra que exprime a disponibilidade ao acolhimento, a simpatia que se transforma em abrigo para os nossos semelhantes. Como é bom repartirmos com os que também caminham e buscam as pequeninas e belas conchas que encontramos nas franjas do oceano da vida.
       
     Que as nossas mãos sejam colocadas como socorro para os que sofrem, assim como o coração e a mente sejam movidos para o amor ao próximo, porque, para quem ama as estrelas são sempre uma luz rutilante, além de todas as nuvens e sombras, porque o desprendimento conta as glórias da vida, fazendo o sol surgir para nossas almas.
        
       Abençoado o chão, as árvores e as águas que têm sido suportes na busca do fundamental para a sobrevivência. Tenhamos a certeza e a esperança de que todos se dêem as mãos, e que não faltem o pão, o agasalho e o teto, não mais faltem às criaturas. Se a natureza retrata o carinho de Deus para com a terra, quão imenso deve ser o sentimento de gratidão da vida além da vida.
      
      Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza e a dor. Não é apenas comemorar sucesso, mas aprendermos lições de vida que nos ensinam as superações. Não é apenas termos prazer nos aplausos, mas encontrarmos alegria no anonimato.
     
     Para saber viver bem, não permitamos que a correria do dia a dia seja mais urgente do que importante. Sejamos felizes, porque felicidade é sinônimo de tranquilidade, e está bem próxima da paz.
   
     A nossa vida é um aprendizado constante, nunca ela é uma formatura.


Referências bibliográficas
Cortella, Mário Sérgio, O que a vida me ensinou, SP, Ed. Versor, 2009.
Biscalquin, Dalcides, palestras.

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